Hoje tive um almoço especial, fui até a Rádio Cidade, lugar onde a galera que faz divulgação costuma se encontrar, na real o prédio da RBS Rádios, onde ficam a Rádio Cidade, Atlântida, Itapema, Farroupilha e Rural...
Acabei me atrasando no centro da cidade, e quando ia chegando liguei para o Adriano Moraes e perguntei onde eles estavam almoçando, o pessoal tinha ido na Galeteria Veneto, lugar bacana de comida ótima.
Estavam lá Adriano Moraes, Dj JX, Roberto "Alemão" Strell e eu, hoje, pouca gente, mais o almoço rolou legal, logo na minha chegada, já falei, agora nada de assunto de trabalho, vamos aos papos amenos. E o almoço se desenrolou na maior paz, bom papo, boas risadas, lembramos de alguns bons momentos, no final veio a conta e o Alemão pagou a minha, fico devendo, no próximo almoço a conta dele é minha.
Logo após voltamos ao prédio da RBS Rádios, onde encontramos já no estacionamento o Ricardo "Gonzaga" Pillar, pra mim o sempre "Careca", pois nos conhecemos desde a infância, logo depois chegou ao pédio Edson "Kamarão" Araújo. Galera estou falando de pessoas, que trabalham, no mesmo ramo a muitos anos, juntos como o Kamarão que trabalhei junto na Sony Music, ou o Gonzaga que trabalhei junto na Ariola, Adriano Moraes e o Dj JX, que eram parceiros nos tempos de Rádio Cidade.
O papo continuou animado, fazia tempo que não nos encontrávamos, coisa que no passado era diário, mais lá pelas tantas cada um seguiu seu trabalho proposto para o dia de hoje e nos dispersamos, mais deu para matar um pouco da SAUDADE.
Dedico o texto abaixo de Clarice Lispector, aos meus amigos, a aqueles com quem convivi a minha vida profissional inteira. Este texto é para vocês...
SAUDADE
Sinto saudades de tudo que marcou a minha vida.
Quando vejo retratos, quando sinto cheiros,
quando escuto uma voz, quando me lembro do passado,
eu sinto saudades...
Sinto saudades de amigos que nunca mais vi,
de pessoas com quem não mais falei ou cruzei...
Sinto saudades da minha infância,
do meu primeiro amor, do meu segundo, do terceiro,
do penúltimo e daqueles que ainda vou ter, se Deus quiser...
Sinto saudades do presente,
que não aproveitei de todo,
lembrando do passado
e apostando no futuro...
Sinto saudades do futuro,
que se idealizado,
provavelmente não será do jeito que eu penso que vai ser...
Sinto saudades de quem me deixou e de quem eu deixei!
De quem disse que viria
e nem apareceu;
de quem apareceu correndo,
sem me conhecer direito,
de quem nunca vou ter a oportunidade de conhecer.
Sinto saudades dos que se foram e de quem não me despedi direito!
Daqueles que não tiveram
como me dizer adeus;
de gente que passou na calçada contrária da minha vida
e que só enxerguei de vislumbre!
Sinto saudades de coisas que tive
e de outras que não tive
mas quis muito ter!
Sinto saudades de coisas
que nem sei se existiram.
Sinto saudades de coisas sérias,
de coisas hilariantes,
de casos, de experiências...
Sinto saudades do cachorrinho que eu tive um dia
e que me amava fielmente, como só os cães são capazes de fazer!
Sinto saudades dos livros que li e que me fizeram viajar!
Sinto saudades dos discos que ouvi e que me fizeram sonhar,
Sinto saudades das coisas que vivi
e das que deixei passar,
sem curtir na totalidade.
Quantas vezes tenho vontade de encontrar não sei o que...
não sei onde...
para resgatar alguma coisa que nem sei o que é e nem onde perdi...
Vejo o mundo girando e penso que poderia estar sentindo saudades
Em japonês, em russo,
em italiano, em inglês...
mas que minha saudade,
por eu ter nascido no Brasil,
só fala português, embora, lá no fundo, possa ser poliglota.
Aliás, dizem que costuma-se usar sempre a língua pátria,
espontâneamente quando
estamos desesperados...
para contar dinheiro... fazer amor...
declarar sentimentos fortes...
seja lá em que lugar do mundo estejamos.
Eu acredito que um simples
"I miss you"
ou seja lá
como possamos traduzir saudade em outra língua,
nunca terá a mesma força e significado da nossa palavrinha.
Talvez não exprima corretamente
a imensa falta
que sentimos de coisas
ou pessoas queridas.
E é por isso que eu tenho mais saudades...
Porque encontrei uma palavra
para usar todas as vezes
em que sinto este aperto no peito,
meio nostálgico, meio gostoso,
mas que funciona melhor
do que um sinal vital
quando se quer falar de vida
e de sentimentos.
Ela é a prova inequívoca
de que somos sensíveis!
De que amamos muito
o que tivemos
e lamentamos as coisas boas
que perdemos ao longo da nossa existência
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