O que passo a contar não é bem sobre o adeus ao estádio Olímpico Monumental e sim, sobre a primeira vez que entrei nas dependências dele.
Isso nos leva a Março de 1971, eu tinha apenas 14 anos de idade, era meu primeiro dia de treinos na escolinha de futebol, coisa que só foi possível porque o pai de um amigo meu me inscreveu lá, estou falando do pai do Claudinho Petersen, o Sr. Carlos Alberto que me perguntou se eu gostaria de jogar lá e eu disse que sim.
E chegou o dia, lá fui eu, peguei o ônibus e me mandei para o Estádio Olímpico, que na época nem era ainda monumental, pois ainda não existia a parte superior oposta a social, depois é o Beira Rio que é remendado, ou será. Lembro que onde é hoje o portico de entrada era apenas uma velha guarita de madeira e seu velho porteiro, o qual sempre fazia muitas perguntas para a gurizada.
A coisa que mais me marcou neste dia, fora o treino, foi que ali na portaria estava sentado Everaldo Marques da Silva, lateral esquerdo tri campeão mundial, um ano antes na Copa do Mexico pelo Brasil. Ele foi muito legal comigo, cheguei e perguntei para o porteiro onde era o treino da escolinha e ele (Everaldo) me disse, "Chuteira Bonita Guri", e me pedio para levar até ele, eu ainda não tinha usado ela ainda, minha mãe recém tinha me dado de presente, justamente para jogar na escolinha, já que minha chuteira anterior era de cravos de prego ainda e não os modernos de borracha. Everaldo pegou a chuteira colocou no chão e deu alguns pisões nela e me disse agora elas estão batizadas, pode ir jogar, qualquer dia me conta como você está se saindo. e lá fui eu muito feliz, com minha chuteira batizada, pelo único jogador gaúcho daquela copa e titular ainda.
Quanto ao treino, houve aquela conversa do treinador que não consegui lembrar o nome, sobre em que posição cada guri jogava, e claro que falei que jogava de Centroavante o meia ponta de lança, uma posição que já nem existe mais. Não é que o professor me pediu para treinar de volante!!! Não tive como recusar, pois sairia jogando, mais caminhei ao lado dele e pedia para que nos outros treino ele me colocasse a jogar na minha. O treino foi fantástico, joguei muito bem, lancei, cortei, dei carrinho e fiz um golaço de fora da area, no rebote de um escanteio sem deixar a bola cair. O professor olhou para mim e me falou, ta fazendo tudo certinho, parabéns Miguel, alguns meses depois a gurizada passaria a me chamar de Boby, pois meu cabelo cresceu e fiquei com eles tipo Boby Filho e Bybo Pai, um desenho animado da época.
Outra coisa que me marcou nesta entrada no Olímpico ainda não Monumental, foi o número de minha caixa que era 414, um número que nunca mais saiu de minha vida, vira e mexe e lá está o 414 aparecendo para mim.
E aí está uma história que marcou minha vida neste estádio que vai fechar neste Domingo dia 2 de Dezembro de 2012.
Mais nunca deixando de dizer, que sou Colorado e isto só foi descoberto 1 ano e meio depois.
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